sábado, 20 de maio de 2017

BENTO GONÇALVES DA SILVA


Nascido na cidade de Triunfo em 23 de Setembro de 1788, Bento Gonçalves como é popularmente conhecido, foi um dos principais líderes da Revolução Farroupilha (1835-1845), que como todos já sabem foi a tentativa de tornar a província do Rio Grande do Sul independente, o qual era líder do Partido Farroupilha.

Era o décimo filho do português, criador de gado, Joaquim Gonçalves da Silva e Perpétua Meireles. Passou sua infância na fazenda da avó materna. Aprendeu a ler e escrever com facilidade. Iniciou sua vida militar e participou da primeira Campanha Cisplatina (1811-1812), ao lado do exército pacificador de D. Diego de Souza. Mais tarde desligado do serviço militar, passa a residir em Cerro Largo, no Uruguai, onde se casa com Caetana Garcia, com quem teve oito filhos.











Imagem da Estância Cristal, que pertencia a Bento Gonçalves. FONTE: Google Imagens.


Em 1816, participa da tropa enviada para combater os homens de Artigas que violaram a fronteira do Brasil. Bento é designado capitão de guerrilha. Após três anos de lutas, a Província Cisplatina foi anexada ao Brasil e Bento assume o governo da Vila de Melo.
Por ordem de D. Pedro I, foi nomeado comandante do Quarto Regimento de Cavalaria de 1a. linha, estabelecido em Jaguarão e ele confiado o comando da fronteira sul do Brasil e da Guarda Nacional naquela região. Adquiriu grande influência, pois o posto de comandante da Guarda Nacional era um cargo eminentemente político e foi indicado para o posto de comandante da Guarda Nacional do Rio Grande do Sul (1832). Com seu cargo na Guarda Nacional deu apoio aos seus amigos uruguaios e, por isto, foi denunciado (1833) como desobediente e protetor do caudilho uruguaio Lavalleja, pelo marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto, comandante de Armas da Província.
Chamado ao Rio de Janeiro para se explicar, Bento saiu vitorioso do episódio: não voltou para a província como comandante de fronteira, mas conseguiu do regente padre Feijó a nomeação do novo presidente da Província, Antônio Rodrigues Fernandes Braga, o mesmo homem que iria derrubar, em 1835, quando deu início à Revolução.
De volta ao Rio Grande, continuou a defender suas ideias liberais, por isso foi denunciado pelos farrapos como prepotente e arbitrário. Eleito para a primeira Assembleia Legislativa da província, que se instalou em abril de 1835, foi apontado, logo na fala de abertura, como um dos deputados que planejava um golpe separatista, que pretendia desligar o Rio Grande do Brasil.

                                 FONTE: Google Imagens

A partir desse momento, a situação política na província se deteriorou. As acusações mútuas entre liberais e conservadores eram feitas pelos jornais, as sessões da Assembleia eram tumultuadas. Enquanto isto, Bento Gonçalves articulava o golpe que teve lugar no dia 19 de setembro.
Bento Gonçalves foi preso na Batalha do Fanfa (3 e 4 de outubro de 1836). Foi mandado para a Corte e depois encarcerado na prisão de Santa Cruz e mais tarde para o Forte da Laje, no Rio de Janeiro. Em 15 de março de 1837 em uma tentativa de fuga da prisão, Pedro Boticário não conseguiu passar por uma janela, por ser muito gordo, em solidariedade Bento Gonçalves também desistiu da fuga. Depois desta tentativa de fuga foi transferido para a Bahia onde ficou preso no Forte do Mar.
Na sua ausência, após retumbante vitória na Batalha do Seival, a República Rio-grandense foi proclamada pelo general Antônio de Sousa Netto em 11 de setembro de 1836.  Mesmo preso, foi aclamado presidente em 6 de novembro de 1836. Depois de despistar seus perseguidores, que achavam que tinha partido para os Estados Unidos em uma corveta , chegou, via Buenos Aires, de volta ao Rio Grande do Sul e, em 16 de dezembro de 1837, tomou posse como Presidente da República.
A República Rio-Grandense teve seu fim na Paz de Poncho Verde, em 1º de março de 1845. Luís Alves de Lima e Silva , o Duque de Caxias, assumiu a presidência da Província.
Passou os dois anos seguintes em sua estância. Bento Gonçalves morreu de pleurisia, em 18 de julho de 1847, em Pedras Brancas (hoje Guaíba), na casa de José Gomes Jardim. 



Casa de Gomes Jardim, local onde Bento Gonçalves morreu em 1847. FONTE: Google Imagens.













HOMENAGEM:
Para homenagear e retribuir de alguma forma o que fez pelo Rio Grande do Sul em 14 de julho de 1891, na cidade de Porto Alegre, foi publicada a Lei Governamental . Que se propunha, com o consentimento da família, a doar os preciosos despojos do General Bento Gonçalves da Silva, ao município que erguesse, um monumento à altura do glorioso General e seus companheiros.
Localizado na cidade de Rio Grande, o monumento foi inaugurado no dia 20 de setembro de 1909. No ato fizeram-se presentes os municípios que contribuíram, materialmente para a construção do Monumento e, se fizeram representar no ato da inauguração foram: Porto Alegre, Garibaldi, Uruguaiana, Santa Vitória do Palmar, Santa Maria, Cruz Alta, Santo Amaro, São Francisco de Assis, Dom Pedrito, Quarai, Julio de Castilhos, Vacaria,Taquara, Santa Cruz, São Borja, Torres, São Sebastião do Caí, Soledade, Bagé e Rosário.

 MONUMENTO TÚMULO DO GENERAL BENTO GONÇALVES DA SILVA. FONTE: Google Imagens










Nesta escultura, Teixeira Lopes, soube imprimir o cunho indelével do gênio aliado dos recursos da arte. O pedestal é de cantaria clara, e cujo agenciamento dos blocos denota logo a expressão de um talento superior. Desde os dois leões em combate que representam a luta entre irmãos, onde não houve vencedores nem vencidos, até a figura imponente do caudilho famoso, empunhando o pavilhão tricolor da República de Piratini, tudo constitui um primor de escultura, fundida em bronze como não há superior.




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